19 de Agosto de 2022 • Dia Hoje CPP

Dia Mundial da Fotografia, do Historiador, do Artista de Teatro e do Ciclista ♠ PAÍS • Afeganistão ♦ CIDADE • Vianópolis (GO) ♥ Aniversário de Joaquim Nabuco • Orville Wright • Coco Chanel • Malcolm Forbes • Francisco Alves • Aracy de Almeida • Haroldo de Campos • Jill St. John • Hugo Gatti • Ian Gillan • Bill Clinton • Peter Gallagher • Marcos Palmeira • Maria de Medeiros • Rubens Caribé • Kyra Sedgwick • Matthew Perry • Reeva Steenkamp ♣ ÓBITOS • Blaise Pascal • Federico G. Lorca • Linus Pauling • Torresmo • Jofre Soares • Sérgio V. Mello • Tony Scott

♥ EFEMÉRIDES

♦ PAÍSES

  • Afeganistão • Independência do Reino Unido • 103 Anos (1919)

♦ CIDADES aniversariantes

• João Dias (RN)

• Nova Monte Verde (MT)

• Pilões (RN)

• Vianópolis (GO) 74 Anos • 1948

♦ CITAÇÃO

“O verdadeiro patriotismo, é o que concilia a pátria com a humanidade.”

Joaquim Nabuco 173 Anos

NASCIMENTOS

1871 – Orville Wright ▒ Orville Wright (Dayton19 de agosto de 1871Dayton30 de janeiro de 1948), engenheiro aeronáutico americano.

Um dos famosos irmãos Wright, norte americanos, inventores e pioneiros da aviação, aos quais foi concedido o crédito pelo desenvolvimento da primeira máquina voadora mais pesada que o ar, que efetuou um voo controlado, em 17 de Dezembro de 1903.[3]


1883 – Coco Chanel ▒ Gabrielle Bonheur Chanel (Saumur19 de agosto de 1883 – Paris10 de janeiro de 1971)[1] foi uma estilista francesa e fundadora da marca Chanel S.A.. É a única estilista presente na lista das cem pessoas mais importantes da história do século XX da revista Time.[2] O filme Coco antes de Chanel retrata a biografia da estilista, com a atriz francesa Audrey Tautou interpretando Gabrielle Chanel.[19]


1919 – Malcolm Forbes ▒ Malcolm Stevenson Forbes(Brooklyn, New York, 14 de agosto de 1919 — 24 de fevereiro de 1990), magnata norte-americano e editor e dono da revista ‘Forbes‘, conhecida por suas listas, como a das pessoas mais ricas do mundo, celebridades mais bem-pagas e mulheres mais poderosas. Com sede na cidade de Nova Iorque, a revista foi fundada por seu pai, o jornalista escocês B. C. Forbes.[1]


1898 – Francisco Alves ▒ Francisco de Morais Alves, mais conhecido por Francisco Alves, Chico Alves ou Chico Viola(Rio de Janeiro19 de agosto de 1898 — Pindamonhangaba27 de setembro de 1952), foi um dos mais populares cantores do Brasil na primeira metade do século XX, e considerado por muitos o maior do país.[2] A qualidade de seu trabalho lhe rendeu em 1933, pelo radialista César Ladeira, a alcunha de “Rei da Voz“.[3]


1914 – Aracy de Almeida ▒ Aracy Teles de Almeida (Rio de Janeiro19 de agosto de 1914 — Rio de Janeiro, 20 de junho de 1988) foi uma cantora brasileira. Teve grande convivência com o compositor Noel Rosa. Também foi jurada do programa Show de Calouros de Silvio Santos[1]. Era conhecida como “Dama da Central” (do Brasil), pois somente viajava de trem.


1929 – Haroldo de Campos ▒ Haroldo Eurico Browne de Campos (São Paulo19 de agosto de 1929 — São Paulo, 16 de agostode 2003[1]) foi um poeta e tradutor brasileiro. “Transcriou” em português poemas de autores como HomeroDanteMallarméGoetheMayakovski, além de textos bíblicos, como o Gênesis e o Eclesiastes.


1940 – Jill St. John ▒ Jill St. John (nome de batismo: Jill Arlyn Oppenheim) (Los Angeles19 de agosto de 1940) é uma atriz de cinema e televisão estadunidense. Participou do filme da série James Bond, 007 – Os Diamantes São Eternos, de 1971, onde foi a bond girl Tiffany Case.


1944 – Hugo Gatti ▒ Hugo Orlando Gatti (19 de agosto de 1944) é um ex-futebolista argentino que competiu na Copa do Mundo FIFA de 1966.[1] Celebrizou-se como um dos mais irreverentes goleiros da história, não por acaso recebendo o apelido de El Loco; espalhafatoso nas vestes e no jeito de jogar,[2]


1945 – Ian Gillan ▒ Ian Gillan (Hounslow19 de agosto de 1945) é um cantor inglês que tornou-se conhecido em todo o mundo como vocalista e compositor da banda de rock Deep Purple, tendo participado em diversas formações da banda, incluindo a considerada clássica. Gillan também cantou no Black Sabbath.

1946 – Bill Clinton ▒ William Jefferson “Bill” Clinton (nascido como William Jefferson Blythe III; Hope19 de agosto de 1946) é um político dos Estados Unidos que serviu como o 42º presidente do país por dois mandatos, entre 1993 e 2001.[1] Antes de servir como presidente, Clinton foi governador do estado do Arkansas por dois mandatos.


1955 – Peter Gallagher ▒ Peter Killian Gallagher (Nova Iorque19 de agosto de 1955) é um ator norte-americano de ascendência irlandesa. Ficou inicialmente conhecido pelo seu papel no filme de Steven Soderbergh‘s Sexo, Mentiras, e Videotape (1989). Mas seu trabalho só ganhou notoriedade após interpretar o papel de pai de família Sandy Cohen, e advogado de defesa pública, na série de televisão da Warner The O.C..


1963 – Marcos Palmeira ▒ Marcos Palmeira de Paula (Rio de Janeiro19 de agosto de 1963) é um ator brasileiro. Foi indicado ao Emmy Internacional em 2013. Também é empresário. Na televisão, seu primeiro trabalho foi na Rede Globo, quando participou da primeira fase da telenovela Mandala, de 1987. Em 2016, participa da novela de Benedito Ruy BarbosaVelho Chico, atuando mais uma vez com o ator Antônio Fagundes.


1965 – Maria de Medeiros ▒ Maria de Medeiros Esteves Victorino de Almeida DmSE (Lisboa19 de agosto de 1965) é uma atrizcineasta e cantora portuguesa. Participou de Pulp Fiction, de Quentin Tarantino (1994), onde atua ao lado de Bruce WillisJohn Travolta e Samuel L. Jackson, o que contribuiu para o seu reconhecimento como a mais internacional das atrizes portuguesas.


1965 – Rubens Caribé ▒ Ruben Lima Caribé da Rocha (São Paulo19 de agosto de 1965), conhecido como Rubens Caribé, é um ator brasileiro. Possui ainda formação em canto e dança. Um dos seus primeiros trabalhos em teatro foi a montagem de Hair, dirigida por Antônio Abujamra. É integrante do Teatro do Ornitorrinco,


1965 – Kyra Sedgwick ▒ Kyra Minturn Sedgwick (Nova Iorque, 19 de agosto de 1965) é uma atriz americana, mais conhecida por seu trabalho na série de televisão The Closer (no Brasil, Divisão Criminal) [1] Durante os anos 1990, Sedgwick seguiu trabalhando em filmes de grandes astros, tais como Paul NewmanRobert Downey Jr.Julia Roberts e John Travolta.


1969 – Matthew Perry ▒ Matthew Langford Perry (Williamstown19 de agosto de 1969) é um ator norte-americano. Foi criado em Ottawa, capital do Canadá, e possui dupla-nacionalidade. É mais conhecido pelo papel de Chandler Bing, um dos principais personagens da série de sucesso Friends (1994-2004). Em 2013, Matthew foi protagonista da série Go On, interpretando o locutor esportivo Ryan King.


1983 – Reeva Steenkamp ▒ Reeva Steenkamp (Cidade do Cabo,[2] 19 de agosto de 1983 – 14 de fevereiro de 2013) foi uma modelo sul-africana. Foi morta em 2013. Ela namorava há cerca de um meio ano com o atleta paralímpico Oscar Pistorius que é o único acusado do crime. Pistorius afirmou ter confundido a namorada com um ladrão.[4]

ACONTECIMENTOS


1969 – Fundada a EMBRAER – Empresa Brasileira de Aeronáutica, maior fábrica de aviões do Brasil, e que teve como seu primeiro produto o EMB-110 Bandeirante


  • 1981 – É instituído o SBT, iniciado em 1 de novembro de 1980.

1990 – Leonard Bernstein rege, em seu último concerto, a Orquestra Sinfônica de Boston interpretando a 7ª Sinfonia de Beethoven.



1996 – É inaugurado o CDT da Anhanguera, do SBT.


BIOGRAFIA

Joaquim Nabuco

173 Anos

Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (Recife19 de agosto de 1849 – Washington17 de janeiro de 1910) foi um políticodiplomatahistoriadorjurista, orador e jornalista brasileiro formado pela Faculdade de Direito do Recife.

Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.

Na data de seu nascimento, 19 de agosto, comemora-se o Dia Nacional do Historiador.[1]

Foi um dos grandes diplomatas do Império do Brasil (1822-1889), além de orador, poeta e memorialista.

Biografia

Nascido no Recife, Joaquim Nabuco era filho de Ana Benigna de Sá Barreto Nabuco de Araújo (irmã de Francisco Pais Barreto, marquês do Recife) com o jurista e político baiano José Tomás Nabuco de Araújo Filho, juiz dos rebeldes da Revolução Praieira[3]

Era também neto do senador José Tomás Nabuco de Araújo e sobrinho-bisneto de José Joaquim Nabuco de Araújo, barão de Itapuã.

Na juventude, Nabuco manteve um relacionamento amoroso durante 14 anos com a investidora financeira e filantropa Eufrásia Teixeira Leite, detentora de uma das maiores fortunas do mundo à época.[4][5]

Eufrásia Teixeira Leite, em 1880, aos 30 anos.

Eufrásia e sua irmã, Francisca Bernardina Teixeira Leite (1845-1899) herdaram, após a morte dos pais, em 1872, uma fortuna equivalente a 5% do valor das exportações brasileiras.

No ano seguinte, as duas jovens decidiram morar em Paris.

O romance com Nabuco teve início durante a viagem de navio para a Europa, em 1873, e duraria até 1887, quando Eufrásia remeteu sua última carta a Joaquim Nabuco.

Evelina Torres Soares Ribeiro, esposa de Joaquim Nabuco.

Dois anos depois, aos 38 anos, ele se casaria com Evelina Torres Soares Ribeiro. Eufrásia jamais se casou.[6]

Nabuco e Evelina se casaram na cidade do Rio de Janeiro, em 1889.[7]

Dessa união nasceram:

Joaquim Nabuco se opôs de maneira veemente à escravidão, contra a qual lutou tanto por meio de suas atividades políticas e quanto de seus escritos.

Fez campanha contra a escravidão na Câmara dos Deputados em 1878 (não foi reeleito em 1882), e em legislaturas posteriores, quando liderou a bancada abolicionista naquela Casa, e fundou a Sociedade Antiescravidão Brasileira, sendo responsável, em grande parte, pela abolição da escravidão no Brasil, em 1888.

Após a derrubada da monarquia brasileira, Nabuco retirou-se da vida pública por algum tempo.

Mais tarde serviria como embaixador nos Estados Unidos (1905 – 1910), onde se tornou um grande propagador dos Lusíadas de Camões, tendo pronunciado três conferências, em inglês, sobre o poema: The Place of Camões in LiteratureCamões: the lyric Poet, e The Lusiads as the Epic of Love, mais tarde traduzidas para o português por Artur Bomilcar.[8]

Graça Aranha, Joaquim Nabuco e Magalhães de Azeredo (à partir da esq.) em Roma, em 1904. Acervo da Fundação Joaquim Nabuco.

Em 1908 recebeu o grau de doutor em letras pela Universidade Yale, tendo sido convidado a pronunciar o discurso oficial de encerramento do ano letivo, no dia da colação de grau da Universidade de Chicago, e também a um discurso na Universidade de Wisconsin.[9]

Passou muitos anos tanto na Inglaterra quanto na França, onde foi um forte proponente do pan- americanismo, presidindo a III Conferência Pan- americana, realizada no Rio de Janeiro em 1906.

Nabuco foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, tomando assento na cadeira que tem por patrono Maciel Monteiro.

Machado de Assis e Joaquim Nabuco.

Entre os imortais, manteve uma grande amizade com o escritor Machado de Assis, que mantinha até mesmo um retrato de Nabuco pendurado na parede de sua residência,[10] e com quem costumava trocar correspondências, que acabaram publicadas.[11][12]

Nabuco padecia de uma doença congênita conhecida como Policitemia vera, que lhe causaria a morte.[13]

Faleceu aos 60 anos de idade em WashingtonEstados Unidos, sendo sepultado no Cemitério de Santo Amaro na sua cidade natal no Recife.

Letreiro com o nome da cidade em homenagem ao diplomata e historiador – Joaquim Nabuco (PE) – a Terra do Açúcar.

É homenageado em várias cidades do Brasil com nomes de ruas, avenidas e praças, além da Fundação Joaquim Nabuco no Recife.

Concepções políticas

Abolição da Escravatura

Nabuco era um monarquista e conciliava essa posição política com sua postura abolicionista.

Atribuía à escravidão a responsabilidade por grande parte dos problemas enfrentados pela sociedade brasileira, defendendo, assim, que o trabalho servil fosse suprimido antes de qualquer mudança no âmbito político.

abolição da escravatura, no entanto, não deveria ser feita de maneira ‘ruptúrica’, ou violenta, mas assentada numa consciência nacional dos benefícios que tal resultaria à sociedade brasileira.

Também não creditava a movimentos civis externos ao parlamento o papel de conduzir a abolição.

Esta só poderia se dar no parlamento, no seu entender. Fora desse âmbito cabia somente assentar valores humanitários que fundamentariam a abolição quando instaurada.

Criticou também a postura da Igreja Católica em relação ao abolicionismo, chamando-a de “a mais vergonhosa possível”,[14] pois ninguém jamais a viu tomar partido dos escravos. E emendou:

“A Igreja Católica, apesar do seu imenso poderio em um país ainda em grande parte fanatizado por ela, nunca elevou no Brasil a voz em favor da emancipação”.[14]

Liberdade religiosa

Nabuco, ao lado de Ruy Barbosa, assumiu posição de destaque na luta pela liberdade religiosa no Brasil que, na época, tinha a religião católica como oficial, constituindo-se em um Estado confessional.[15]

Assim como Ruy Barbosa, Nabuco defendia a separação entre Estado e Religião, bem como a laicidade do ensino público.

Em um discurso proferido em 15 de maio de 1879 que abrangia tanto o tema da educação pública, quanto o da separação entre Estado e Religião, a um aparte de vários deputados, responde:

“Eu desejava concordar com os nobres deputados, em que se deveria deixar a liberdade a todas as seitas; mas, enquanto a Igreja Católica estiver, diante das outras seitas, em uma situação privilegiada (…), os nobres deputados hão de admitir que (…) ela vai fazer ao próprio Estado, de cuja proteção se prevalece, uma concorrência poderosa no terreno verdadeiramente leigo e nacional do ensino superior. Se os nobres deputados querem conceder maiores franquezas, novos forais à Igreja Católica, então separem-na do Estado.” [16]

Prossegue:

É a Igreja Católica que em toda a parte pede a liberdade do ensino superior. Essa liberdade não foi pedida em França pelos liberais; mas pela Igreja. (…) E porque reconheça que o ensino deva ser livre? Não. Aí está o Syllabus que fulmina de excomunhão quem o sustentar”. O que ela pretenderia é “a partilha do monopólio para, quando achar-se senhora exclusiva (…), fechar a porta à liberdade e à ciência.[17]

Em um trecho memorável, expressa:

Igreja Católica foi grande no passado, quando era o cristianismo; quando nascia no meio de uma sociedade corrompida, quando tinha como esperança a conversão dos bárbaros, que se agitavam às portas do Império minado pelo egoísmo, corrompido pelo cesarismo, moralmente degradado pela escravidão. A Igreja Católica foi grande quando tinha que esconder-se nas catacumbas, quando era perseguida. Mas, desde que Constantino dividiu com ela o império do mundo, desde que de perseguida ela passou a sentar-se no trono e a vestir a púrpura dos césares, desde que, ao contrário das palavras do seu divino fundador, que disse: – O meu reino não é deste mundo, – ela não teve outra religião senão a política, outra ambição senão o governo, a Igreja tem sido a mais constante perseguidora do espírito de liberdade, a dominadora das consciências, até que se tornou inimiga irreconciliável da expansão científica e da liberdade intelectual do nosso século![18]

Movimento em rua da cidade em homenagem ao diplomata e historiador – Joaquim Nabuco (PE) – a Terra do Açúcar.

E o orador termina com assegurar que não é inimigo do catolicismo-religião, e sim do “catolicismo- política“:

Não sou inimigo da Igreja Católica. Basta ter ela favorecido a expansão das artes, ter sido o fator que foi na história, ser a Igreja da grande maioria dos brasileiros e da nossa raça, para não me constituir em seu adversário. Quando o catolicismo se refugia na alma de cada um, eu o respeito; é uma religião da consciência, é um grande sentimento da humanidade. Mas do que sou inimigo é desse catolicismo político, desse catolicismo que se alia a todos os governos absolutos, é desse catolicismo que em toda a parte dá combate à civilização e quer fazê-la retroceder“.[18]

Por uma ironia, no ano de 2009, em que foi aprovada a lei nº 11.946 que instituiu o ano de 2010 como Ano Nacional Joaquim Nabucofoi aprovado um acordo que trata das relações entre o Brasil e o Vaticano e prevê a possibilidade de ensino religioso nas escolas públicas, em franca contradição com as convicções de Nabuco.[19]

Nabuco, já herói do abolicionismo, a ponto de ter sua figura estampada em rótulo de cigarro.

Essa postura mudará radicalmente após sua conversão ao catolicismo, fartamente comentada em sua autobiografia, na qual Nabuco não apenas enfatiza sua reconversão ao catolicismo, como renega seu passado distante da Igreja (muito embora tenha se mantido firme na defesa da separação entre religião e estado):

“Do que preciso fazer renúncia, em favor das traças que o consumiram, é de tudo o que nesses opúsculos escrevi em espírito de antagonismo à religião, com a mais soberba incompreensão de seu papel e da necessidade, superior a qualquer outra, de aumentar a sua influência, a sua ação formativa, reparadora, em todo o caso, consoladora, em nossa vida pública e em nossos costumes nacionais, no fundo transmissível da sociedade” (Nabuco, s/d, p. 36).[20]

Interpretação dinâmica da Constituição

Em discurso pronunciado em 29 de abril de 1879 sobre a então debatida Reforma Constitucional, Nabuco expressou a sua visão dinâmica sobre a interpretação constitucional, algo extremamente avançado para a época, e que ainda nos dias de hoje provoca debates, nos seguintes termos:

“…nossa constituição não é imagem dessas catedrais góticas edificadas a muito custo e que representam no meio da nossa civilização adiantada, no meio da atividade febril do nosso tempo, épocas de passividade e de inação; a nossa constituição é pelo contrário de formação natural, é uma dessas formações como a do solo onde camadas sucessivas se depositam; onde a vida penetra por toda a parte, sujeita ao eterno movimento, e onde os erros que passam ficam sepultados sob as verdades que nascem.” [21]

Pórtico da cidade de Joaquim Nabuco (PE), em homenagem ao diplomata e historiador – Cidade chamada de ‘A Terra do Açúcar’.

Após manifestações de outros deputados, prossegue:

… nossa constituição não é uma barreira levantada no nosso caminho, não são as tábuas da lei recebidas dos legislador divino e nas quais não se pode tocar porque estão protegidas pelos raios e trovões… Não, senhores. [21]

Após novos apartes de outros deputados, prossegue:

… nossa constituição é um grande maquinismo liberal, e um mecanismo servido de todos os órgãos de locomoção e de progresso, é um organismo vivo que caminha, e adapta-se às funções diversas que em cada época tem necessariamente que produzir. [21]

Nabuco, membro do Partido Liberal, conclui:

Senhores, era o partido conservador que devia tomar as dores pela constituição e desejar que ela fosse o monumento de uma língua morta, uma espécie de Talmude, cujos artigos pudessem ser opostos uns aos outros pelos intérpretes oficiais.” [22]

Obras

  • Camões e os Lusíadas (1872);
  • L’Amour est Dieu – poesias líricas (1874);
  • O Abolicionismo (1883);
  • Campanha abolicionista no Recife – 1885;
  • O erro do Imperador – história (1886);
  • Escravos – poesia (1886);
  • Por que continuo a ser monarquista (1890);
  • Balmaceda – biografia (1895);
  • O dever dos monarquistas (1895);
  • A intervenção estrangeira durante a revolta – história diplomática (1896);
  • Um estadista do Império – biografia, 3 tomos (1897-1899);
  • Minha formação – memórias (1900);
  • Escritos e discursos literários (1901);
  • Pensées detachées et souvenirs (1906);
  • Discursos e conferências nos Estados Unidos – tradução do inglês de Artur Bomilcar (1911);
  • Obras completas (14 volumes) organizado por Celso Cunha (1947-1949).

Ano Joaquim Nabuco

No Brasil, a lei nº 11.946,[23] de 15 de junho de 2009, institui o ano de 2010 como Ano Nacional Joaquim Nabuco. Em 2 de junho de 2014, o nome de Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, pela Lei número 12.988.[24]

CITAÇÕES

Joaquim Nabuco – Abolicionismo e patriotismo humano

“A história da escravidão africana na América é um abismo de degradação e miséria que não se pode sondar.”

– Joaquim Nabuco, em Obras completas: O abolicionismo. Conferências e discursos abolicionistas‎.

– Volume 7, Página 124, Joaquim Nabuco – Instituto Progresso Editorial, 1949 / FonteWikiquote

“O verdadeiro patriotismo, isto é, o que concilia a pátria com a humanidade.”

– Joaquim Nabuco, em Obras completas: O abolicionismo. Conferências e discursos abolicionistas.

– Volume 7, Página 86, Joaquim Nabuco – Instituto Progresso Editorial, 1949 / FonteWikiquote

Joaquim Nabuco

Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo

(Recife19 de agosto de 1849 – Washington17 de janeiro de 1910)

173 Anos

www.fundaj.gov.br

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