“A educação é a arma mais poderosa
que você pode usar para mudar o mundo.”
“Education is the most powerful weapon which you can use to change the world.”
― Nelson Mandela
Nelson Mandela
104 Anos
Nelson Rolihlahla Mandela
(Mvezo, 18 de julho de 1918 — Joanesburgo, 5 de dezembro de 2013)
Advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999
Considerado como o mais importante líder da África Negra, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993,[1] e pai da moderna nação sul-africana,[2] onde é normalmente referido como Madiba (nome do seu clã) ou “Tata” (Pai).
Nascido numa família de nobreza tribal, numa pequena aldeia do interior onde possivelmente viria a ocupar cargo de chefia, recusou esse destino aos 23 anos ao seguir para a capital, Joanesburgo, e iniciar sua atuação política.[3]
Passando do interior rural para uma vida rebelde na faculdade, transformou-se em jovem advogado na capital e líder da resistência não-violenta da juventude, acabando como réu em um infame julgamento por traição.
Foragido, tornou-se depois o prisioneiro mais famoso do mundo[4] e, finalmente, o político mais galardoado em vida, responsável pela refundação do seu país, como uma sociedade multiétnica.[5]
Mandela passou 27 anos na prisão – inicialmente em Robben Island e, mais tarde, nas prisões de Pollsmoor e Victor Verster. Depois de uma campanha internacional, ele foi libertado em 1990, quando recrudescia a guerra civil em seu país.
Em dezembro de 2013, foi revelado pelo The New York Times que a CIA americana foi a força decisiva para a prisão de Mandela em 1962, quando agentes americanos foram empregados para auxiliar as forças de segurança da África do Sul e para localizá-lo.[6]
Até 2009, ele havia dedicado 67 anos de sua vida à causa que defendeu como advogado dos direitos humanos e pela qual se tornou prisioneiro de um regime de segregação racial, até ser eleito o primeiro presidente da África do Sul livre.
Em sua homenagem, a Organização das Nações Unidas instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela no dia de seu nascimento, 18 de julho, como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia.[7]
Nelson Mandela com Pelé, Barack e Michelle Obama.
Mandela foi uma figura controversa durante grande parte da sua vida.
Denunciado como sendo um terrorista comunista por seus críticos,[8][9] ele acabou sendo aclamado internacionalmente por seu ativismo e recebeu mais de 250 prêmios e condecorações, incluindo o Nobel da Paz em 1993, Presidential Medal of Freedom dos Estados Unidos e a Ordem de Lenin da União Soviética.
Nelson Mandela com a esposa Graca Machel.
Seus críticos apontam seus traços egocêntricos e o fato de seu governo ter sido amigo de ditadores simpáticos ao Congresso Nacional Africano (CNA).
Em sua vida privada, enfrentou dramas pessoais mas permaneceu fiel ao dever de conduzir seu país.[10]
Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e modelo mundial de resistência.[1][11] No dizer de Ali Abdessalam Treki, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, “um dos maiores líderes morais e políticos de nosso tempo“.[12]
Recebeu a Medalha Benjamin Franklin por Serviço Público de Destaque de 2000.
Prisão do foragido
Mandela retorna de seu périplo internacional após alguns meses[nota 6], especialmente para relatar aos líderes do CNA e do MK sobre seu aprendizado.[14]
Estava com Walter Sisulu quando foram detidos, em 5 de agosto de 1962; julgados por descumprirem a ordem de restrição a partir de 22 de outubro, onde Mandela comparece vestindo os trajes tribais, são condenados enfim a 7 de novembro: ele a uma pena de cinco anos de prisão, Sisulu a seis.[35]
“Democracia com fome, sem educação e saúde
para a maioria, é uma concha vazia.”
— Nelson Mandela
A 11 de julho de 1963, estando ele detido, a polícia invade o esconderijo situado em Rivonia.[35] Ali Mandela estivera escondido, disfarçado, na Liliesleaf Farm.[nota 7] Além das prisões de membros do proscrito CNA, são apreendidos papéis e anotações comprometedoras de Mandela.[35]
Mesmo já detido e sentenciado, Mandela irá tomar parte em novo julgamento – desta feita por acusações ainda mais graves.[35]
Em 11 de junho de 1964 Mandela recebe uma pena de prisão perpétua.[5]
O prisioneiro 46664
Enviado para a prisão da Ilha Robben, Mandela ocupou a cela com número 466/64, que tinha as dimensões reduzidas de 2,5 metros por 2,1 metros, provida de uma pequena janela de 30 cm.
Na prisão ficou privado das informações do mundo exterior, pois lá não eram permitidos jornais.[52]
Contudo, Mandela aprendeu a pensar a longo prazo, e procurou transmitir esta forma de raciocínio aos mais jovens, que cobravam dele respostas imediatistas às autoridades.[53]
Nelson Mandela com o Dalai Lama.
Negociando a liberdade
Já em 1984 o governo pressionou com a proposta de soltar Mandela e seus companheiros, desde que todos assumissem o compromisso de viverem exilados no bantustão de Umtata; da prisão ele escreveu à mulher, em tons firmes:
“Você sabe perfeitamente bem que passamos essa última parte de nossa vida na prisão exatamente porque nos opomos à ideia mesma de assentamentos separados, que nos torna estrangeiros em nosso próprio país, e que permite ao governo perpetuar a opressão até os dias de hoje. Pedimos ainda que desista desse plano explosivo e esperamos sinceramente que seja a última vez que venha a nos aborrecer com isso.“[66]
Sem saída, o governo se vê obrigado a negociar com o CNA, e tem em Mandela o interlocutor perfeito: distante do radicalismo de outros líderes, tem nível superior e é um aristocrata, além de saber falar o africâner.[5]
Soltura
Em 11 de fevereiro de 1990 Mandela finalmente é solto.
Uma multidão o aclama, respondendo quando no gesto de luta ergue o punho fechado.
Tem fim o longo cárcere, e ele iria depois registrar o momento:
“Quando me vi no meio da multidão, alcei o punho direito e estalou um clamor. Não havia podido fazer isso desde há vinte e sete anos, e me invadiu uma sensação de alegria e de força.“[5]
A refundação da África do Sul
A eleição de Mandela foi um marco divisório na história do país, que saiu do regime draconiano para a democracia plena, elegendo o primeiro governante negro; seu governo seria para reconciliar oprimidos e opressores, uns com os outros e consigo mesmos. [4][5]
Mandela durante a presidência
Dando seguimento à proposta de proporcionar a transição para a democracia multirracial, o governo Mandela teve sua maior realização na criação da Comissão da Verdade e Reconciliação – encarregada de apurar, mas não punir, os fatos ocorridos durante o apartheid; também empenhou-se em assegurar à minoria branca um futuro no país.[10]
“Tudo parece impossível até que seja feito.”
― Nelson Mandela
Para simbolizar os novos tempos adota um novo hino nacional, que mescla o hino do CNA (Nkosi Sikolele Africa – Deus bendiga a África) com o africâner (Die Stein); também uma nova bandeira é criada, unindo os símbolos das duas instituições anteriores: a bandeira oficial dos brancos, em vigor desde 1928 passou a incorporar as cores da bandeira do CNA – plasmando assim a união de todos os povos da nova nação que surgia – aprovados pela nova Constituição interina.[5]
Impacto cultural
A vida de Nelson Mandela ensejou a produção de inúmeros filmes, livros, documentários e músicas.
Pintura com os maiores ícones do Movimento Negro no mundo – Nelson Mandela, Barack Obama, Martin Luther King Jr. e Malcolm X.
Filmes
Dentre os filmes que tratam diretamente de Nelson Mandela tem-se:
- Mandela: Son of Africa, Father of a Nation (Island Pictures, Joanesburgo, 1995[130]), documentário de Jonathan Demme nomeado ao Oscar.[131]
- Invictus, é um tributo a Mandela, feito por Clint Eastwood, em 2010; o ator Morgan Freemaninterpreta-o, num elenco que também conta com Matt Damon, e fala do momento de união nacional proporcionado pela final da Copa do Mundo de Rugby Union de 1995.[132]
- Reconciliação: o Milagre de Mandela[nota 16], documentário de 2010 de Michael Henry Wilson, que retrata a transição para o fim do apartheid. [133]
- Goodbye Bafana, obra do diretor dinamarquês Bille August, de 2007, conta a vida do carcereiro James Gregory que, por saber falar xhosa, fora encarregado pelo regime de espionar Mandela na prisão.[134]
- Terrorist Nelson Mandela, de Peter Kosminsky, procura retratar como se processou a mudança do jovem Mandela chefe do MK, para se tornar o líder que permitiu a transição pacífica na África do Sul. [135]
- Remember Mandela! (Villon Films, Vancouver, 1998)[130]
- Madiba: The Life and Times of Nelson Mandela (CBC, Canadá, 2004)[130]
Músicas
Nelson Mandela inspirou diversas canções, dentre as quais:
- “Free Nelson Mandela“, da banda inglesa The Special A.K.A., foi a primeira música lançada falando especificamente sobre o líder ainda preso; composta por Jarry Dammers, esta canção veio a se tornar um verdadeiro hino contra o apartheid, [136] foi lançada no álbum In The Studio de 1985 e inspirou os movimentos subsequentes para sua libertação.[137]
- “Mandela Day“, da banda escocesa Simple Minds, a canção foi composta especialmente para o show The Nelson Mandela 70th Birthday Tribute, realizado em 1988 no Estádio de Wembley com o objetivo de protestar pela libertação do líder sul- africano; imediatamente tornou-se um símbolo daquela luta mundial e da época, tendo sido gravada no ano seguinte, e por diversas vezes até 2013, pelo grupo.[138]
CITAÇÃO
Nelson Mandela – É preciso aprender a amar
“Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor de sua pele, da sua origem ou da sua religião. Para odiar, é preciso aprender. E, se podem aprender a odiar, as pessoas também podem aprender a amar.”
– Nelson Mandela / Fonte: [Long Walk to Freedom (1995)] Kd Frases
Nelson Mandela
Nelson Rolihlahla Mandela
(Mvezo, 18 de julho de 1918 — Joanesburgo, 5 de dezembro de 2013)
104 Anos
Nelson Mandela de mãos dados com o Dalai Lama.
FONTES
