La Negra • Mercedes Sosa • 87 Anos

Mercedes Sosa

87 Anos

Mercedes Sosa (San Miguel de Tucumán9 de julho de 1935 — Buenos Aires4 de outubro de 2009) foi uma cantora argentina, uma das mais famosas na América Latina.

A sua música tem raízes na música folclórica argentina.

Ela se tornou uma das expoentes do movimento conhecido como Nueva canción.

Apelidada de La Negra pelos fãs, devido à ascendência ameríndia (no exterior acreditava-se erroneamente que era devido a seus longos cabelos negros), ficou conhecida como a voz dos “sem voz”.

Biografia

Mercedes Sosa nasceu em San Miguel de Tucumán, na província de Tucumán, no noroeste da Argentina, cidade onde foi assinada a declaração de Independência da Argentina em 9 de julho de 1816, na casa de propriedade de Francisca Bazán de Laguna, que foi declarada Monumento Histórico Nacional em 1941.

Nascida no dia da Declaração da Independência, e na mesma cidade onde foi assinada, Mercedes sempre foi patriota.

Afirmou inúmeras vezes que “pátria só temos uma”.

Foi também uma árdua defensora do Pan-americanismo e da integração dos povos da América Latina.

Criada durante o governo de Juan Domingo Perón e sofrendo – como quase todos da sua geração – uma influência muito grande de Eva Perón, Sosa cresceu embalada pela ideologia peronista.

Sua ascendência era mestiça (mistura de europeus com americanos e índios): francesa e dos indígenas do grupo diaguita.

Sua carreira se iniciou em 1950, aos quinze anos de idade, quando Sosa venceu uma competição de canto organizada por uma emissora de rádio de sua cidade natal e ganhou um contrato para cantar por dois meses.

Carreira

Em 1961, grava seu primeiro álbum, intitulado La voz de la zafra [1] (lançado em 1962). Em seguida, uma performance no Festival Folclórico Nacional faz com que se torne conhecida entre os povos indígenas de seu país.

Ainda em Tucumán, Sosa se casou com Manuel Óscar Matus, que seria seu primeiro marido, com quem teve um filho.

Pouco depois do casamento, se mudou para Mendoza, onde, em 1963, juntamente com Matus, seria peça chave no lançamento movimento musical da década de 1960conhecido como Nuevo Cancionero[2].

Em 1965, lançou o aclamado Canciones con fundamiento, uma compilação de músicas folclóricas da Argentina. Em 1967, faz uma turnê pelos Estados Unidos e pela Europa e obtém êxito internacional.

Em 1970, grava Cantata Sudamericana e Mujeres Argentinas com o compositor Ariel Ramirez e o letrista Felix Luna.

Em 1971, grava um tributo à cantora e compositora chilena Violeta Parra, ajudando a popularizar a canção “Gracias a la vida“. Mais tarde grava um álbum em homenagem a Atahualpa Yupanqui.

Após a ascensão da junta militar do general Jorge Videla, que depôs a presidente Isabelita Perón em 1976, a atmosfera na Argentina tornou-se cada vez mais opressiva.

Sosa, que era uma conhecida ativista do peronismo de esquerda, foi revistada e presa no palco durante um concerto em La Plata em 1979, assim como seu público.

Banida em seu próprio país, ela se refugiou em Paris e depois em Madri.

Seu segundo marido morreu um pouco antes do exílio, em 1978.

Sosa retornou à Argentina em 1982, vários meses antes do colapso do regime ditatorial como resultado da fracassada guerra das Malvinas, e deu uma série de shows no Teatro Colón em Buenos Aires, onde convidou muitos colegas jovens para dividir o palco com ela.

Um álbum duplo com as gravações dessas performances logo se tornou um sucesso de vendas.

Nos anos seguintes, Sosa continuou a fazer turnês pela Argentina e pelo exterior, cantando em lugares como o Lincoln Center, o Carnegie Hall e o Teatro Mogador.

Nos anos seguintes, Sosa interpreta um vasto repertório de estilos latino-americanos, gravando tanto com artistas argentinos como León GiecoCharly García, Antonio Tarragó Ros, Rodolfo Mederos e Fito Páez, quanto com internacionais como Chico BuarqueRaimundo FagnerDaniela MercuryMilton NascimentoCaetano VelosoGal CostaStingAndrea BocelliLuciano PavarottiNana MouskouriJoan BaezSilvio Rodríguez e Pablo Milanés.

Mais recentemente, grava com a colombiana Shakira, cantora latino-americana de maior sucesso no exterior.

Ativismo político

Sosa, que sempre foi ativa entre os movimentos peronistas de esquerda, fez oposição ao presidente Carlos Menem e manifestou apoio às eleições de Néstor e Cristina Kirchner.

Na década de 1960, Mercedes participou do Movimento do Novo Cancioneiro, surgido em Mendoza e centrado na música popular latino- americana, com ênfase no componente social. Além de obter sucesso na Argentina, a artista ganhou palcos pelas Américas e também na Europa.

A temática social e a ligação com a esquerda lhe renderam também dissabores.

Em 1979, um show da artista foi invadido pelos militares, durante a ditadura argentina (1976-83).

Não apenas ela foi presa, mas inclusive o público presente. Naquele mesmo ano, Mercedes decidiu se exilar. “La Negra”, como também era conhecida, voltou à Argentina em 1982, na fase final da ditadura.

Mercedes Sosa com os brasileiros Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gal Costa e Chico Buarque.

Na década de 1980, Mercedes realizou trabalhos em parceria com Milton Nascimento.

Entre os brasileiros que também cantaram com ela estão ainda Caetano VellosoDaniela Mercury e Beth Carvalho.”[3]

Sua preocupação sociopolítica refletia-se no repertório que interpretava, tendo sido uma das grandes expoentes da Nueva canción, movimento musical com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas marcado por uma ideologia de rechaço ao imperialismo norte-americano, ao consumismo e às desigualdade sociais.

Prêmios e honrarias

Sosa era Embaixadora da Boa Vontade da UNESCO para a América Latina e o Caribe.

Em 2000, ela ganhou o Grammy Latino de melhor álbum de música folclórica por Misa Criolla, feito que repetiria em 2003 com Acústico e em 2006 com Corazón Libre.

Sua interpretação de “Balderrama”, de Horacio Guarany, fez parte da trilha-sonora do filme de 2008 Che, sobre o lendário guerrilheiro argentino Che Guevara. Seu último álbum, Cantora, encontra- se indicado a três prêmios Grammy Latino.

O obituário de Sosa no jornal londrino The Daily Telegraph afirmou que ela foi “uma intérprete incomparável de obras de seu compatriota, o argentino Atahualpa Yupanqui, e da chilena Violeta Parra”.

Helen Poopper da agência Reuters anunciou sua morte dizendo que ela “lutou contra os ditadores da América do Sul com sua voz e se tornou uma gigante da música latino-americana contemporânea”.

Morte

Sosa morreu aos 74 anos de idade em 4 de outubro de 2009, às 5h15min (horário local), em Buenos Aires[4].

Ela foi internada no dia 18 de setembro na Clínica de la Trinidad, no bairro de Palermo, por causa de um problema renal. Seu quadro piorou a partir do momento em que teve complicações hepáticas e pulmonares.

A cantora havia trabalhado intensamente até poucas semanas antes de sua morte.

Em 2008, havia dito que continuaria cantando “até os últimos dias”, como uma cigarra[5].

Até em todos os jogos de futebol da sétima rodada do Torneio Apertura 2009 foi prestado um minuto de silêncio em homenagem à cantora[6].

A presidente argentina Cristina Kirchner declarou luto oficial de três dias pela morte de Sosa, e decidiu antecipar o retorno de uma viagem à Patagônia para comparecer ao velório da cantora[7].

Sua morte também foi lamentada pelo chefe de estado Venezuela no Hugo Chávez, que declarou que Sosa lhe “iluminou a vida”, e por cantores como Shakira[8]Daniela MercuryFagner e Wagner Tiso[9].

Os governos do EquadorChile[10] e Brasil[11] também demonstraram pesar em notas divulgadas à imprensa.

Assim como no Brasil, são inúmeras as manifestações de pesar e se multiplicam homenagens, em toda a América Latina, à “Negra”, Mercedes Sosa.

Discografia

  • Maestros Del Folklore (1959)
  • La voz de la zafra (1962)
  • Canciones con fundamento (1965)
  • Yo no canto por cantar (1966)
  • Hermano (1966)
  • Para cantarle a mi gente (1967)
  • Con sabor a Mercedes Sosa (1968)
  • Mujeres argentinas (1969)
  • Navidad con Mercedes Sosa (1970)
  • El grito de la tierra (1970)
  • Homenaje a Violeta Parra (1971)
  • Hasta la victoria (1972)
  • Cantata Sudamericana (1972)
  • Traigo un pueblo en mi voz (1973)
  • Niño de mañana (1975)
  • A que florezca mi pueblo (1975)
  • La mamancy (1976)
  • En dirección del viento (1976)
  • O cio da terra (1977)
  • Mercedes Sosa interpreta a Atahualpa Yupanqui (1977)
  • Si se calla el cantor (1977)
  • Serenata para la tierra de uno (1979)
  • A quién doy (1980)
  • Gravado ao vivo no Brasil (1980)
  • Mercedes Sosa en Argentina (1982)

Mercedes Sosa cantando com Shakira.

  • Mercedes Sosa (1983)
  • Como un pájaro libre (1983)
  • Recital (1983)
  • ¿Será posible el sur? (1984)
  • Vengo a ofrecer mi corazón (1985)
  • Corazón Americano (1985) (com Milton Nascimento e León Gieco)
  • Mercedes Sosa ’86 (1986)
  • Mercedes Sosa ’87 (1987)
  • Gracias a la vida (1987)
  • Amigos míos (1988)
  • En vivo en Europa (1990)
  • De mí (1991)
  • 30 años (1993)
  • Sino (1993)
  • Gestos de amor (1994)
  • Oro (1995)
  • Escondido en mi país (1996)
  • Alta fidelidad (1997) (com Charly García)
  • Al despertar (1998)
  • Misa Criolla (2000)
  • Acústico (2002)
  • Argentina quiere cantar (2003) (com Víctor Heredia e León Gieco)
  • Corazón Libre (2005)
  • Cantora (2009)
  • Mercedes sosa, Una vida en canciones (2010)

Filmografia

Atriz

  • Güemes, la tierra en armas (1971), no papel de Juana Azurduy

Ela mesma

  • Argentinísima (1972)
  • Ésta es mi Argentina (1974)
  • Mercedes Sosa, como un pájaro libre (1983)
  • Será posible el sur: Mercedes Sosa (1985)
  • Historias de Argentina en Vivo (2001)
  • La noche del 10″ (2 episodios, 2005): Episódio #1.6 e #1.7 TV
  • Three Voices: Live in Concert (2004)
  • Historias de Argentina en vivo (2001)
  • HermanSIC (1 episode, 2000): Episodio de 25 Junho TV

Documentários

  • La imagen de tu vidaEpisodio #1.10 (2006) TV
  • The Power of Their Song: The Untold Story of Latin America’s New Song Movement (2008)
  • Cantora: Un Viaje Íntimo (2009)
  • Mercedes Sosa: La Voz de Latinoamérica (2013)

Trilha sonora

  • Banda sonora (1 episódio, 2008): Episodio #4.11 TV :(canta: “Duerme negrito”)
  • Che: Part Two (2008) (canta: “Balderrama”)
  • Buongiorno, notte (2003) (canta: “Gloria”, “La Huida (Vidala Tucumana)”)

Composição de músicas

  • Las dignas mujeres por la dignidad y la vida (2002)
  • Juan: Como si nada hubiera sucedido (1987)
  • Mercedes Sosa: como un pájaro libre (1983)

CITAÇÃO

Mercedes Sosa – É preciso conhecer a arte de viver

“Durar não é estar vivo. Viver, é outra coisa.”

– Mercedes Sosa / FontePensador

Mercedes Sosa

Mercedes Sosa

(San Miguel de Tucumán9 de julho de 1935 — Buenos Aires4 de outubro de 2009)

87 Anos

FONTE

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