A Consolidação da Língua Portuguesa

“Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.”

Camões, no ‘Soneto Amor é fogo que arde sem se ver’

Camões

Luís Vaz de Camões

(Lisboa[?], c. 1524 – Lisboa, 10 de junho de 1579 ou 1580) [nota 1]

poeta nacional de Portugal

Considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona e um dos grandes poetas da tradição ocidental.

Camões foi um renovador da língua portuguesa e fixou-lhe um duradouro cânone; tornou-se um dos mais fortes símbolos de identidade da sua pátria e é uma referência para toda a comunidade lusófona internacional.

Hoje a sua fama está solidamente estabelecida e é considerado um dos grandes vultos literários da tradição ocidental, sendo traduzido para várias línguas e tornando-se objeto de uma vasta quantidade de estudos críticos.

“Que, nos perigos grandes, o temor

É maior muitas vezes que o perigo.”

Camões, em ‘Os Lusíadas, canto IV’

Camões viveu na fase final do Renascimento europeu, um período marcado por muitas mudanças na cultura e sociedade, que assinalam o final da Idade Média e o início da Idade Moderna e a transição do feudalismo para o capitalismo.

Chamou-se “renascimento” em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da Antiguidade Clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista que afirmava a dignidade do homem, colocando-o no centro do universo, tornando-o o investigador por excelência da natureza, e privilegiando a razão e a ciência como árbitros da vida manifesta.[60][61][62]

Nesse período foram inventados diversos instrumentos científicos e foram descobertas diversas leis naturais e entidades físicas antes desconhecidas; o próprio conhecimento da face do planeta modificou-se depois dos descobrimentos das grandes navegações.

“Que o bom Religioso verdadeiro

Glória vã não pretende nem dinheiro.”

– Camões, em ‘Os Lusíadas’, canto X

O espírito de especulação intelectual e pesquisa científica estava em alta, fazendo com que a Física, a Matemática, a Medicina, a Astronomia, a Filosofia, a Engenharia, a Filologia e vários outros ramos do saber atingissem um nível de complexidade, eficiência e exatidão sem precedentes, o que levou a uma concepção otimista da história da humanidade como uma expansão contínua e sempre para melhor.

O seu linguajar literário foi sempre reconhecido como erudito; Faria e Sousa já dissera que Camões não escrevera para ignorantes.

A influência do seu modelo repercutiu profundamente sobre a evolução da língua portuguesa pelos séculos seguintes.

“Escrevíamos em castelhano e latim, mas não em português, a língua que realmente falávamos. Foi então que aconteceu Camões e outros como ele. E de repente, quem falava português, podia então, ler também, em sua própria língua. Começava ali, há aproximadamente 500 anos atrás, a consolidação da língua que falamos hoje. A saber, a língua portuguesa.” – Professor Paul Sampaio

Sua importância foi tanta, que a data de sua morte foi escolhida para representar todos os símbolos da nação, do povo e da cultura portuguesa – o embrião da cultura brasileira e outras nações da lusofonia, [1][2] comunidade formada pelos povos e nações que compartilham a língua e cultura portuguesas, como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Goa, Damão e Diu e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo. A data de falecimento de Camões deu origem às seguintes datas comemorativas:

  • Dia de Portugal
  • Dia da Língua Portuguesa
  • Dia de Camões
  • Dia das Comunidades Portuguesas
  • Dia da Raça Portuguesa

FONTES

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