A Educação é um dos pilares fundamentais de uma sociedade saudável e próspera

Fonte: https://cpp.org.br/o-dia-do-professor-e-um-convite-a-reflexao-sobre-a-educacao/

Dia do Professor é sempre celebrado aqui no Brasil no dia 15 de outubro, envolvendo, usualmente, a participação dos alunos que frequentam os anos iniciais do curso de Ensino Fundamental, onde prepondera o desenvolvimento cognitivo e sócio emocional da criança, ampliando lhe a visão de mundo.

Porém, não é privilégio somente das crianças que nessa data gostam de celebrar essa efeméride prevista no calendário escolar; jovens e adultos também o fazem nos cursos de Ensino Médio e Superior, cada qual dentro das especificidades de cada curso e respectiva faixa etária.

O Dia do Professor celebrado no dia 15 de outubro nos remete a dois atos legais significativos ocorridos no Brasil: o primeiro com o Decreto Imperial de 15 de outubro de 1827, quando Dom Pedro I, criou as escolas primárias mantidas pelo poder público e o segundo com a edição do Decreto 52.682 de 15 de outubro de 1963, quando João Goulart, Presidente da República do Brasil, num ato de dedicação ao professor estabeleceu a data como feriado escolar, incentivando a promoção de concursos e solenidades alusivas à data nas escolas e com participação das famílias.

Entretanto, mais que uma lembrança histórica, o Dia do Professor é um convite à reflexão sobre a educação, o papel do professor na formação do educando e na construção de um país.

Com efeito, a educação é um dos pilares fundamentais de uma sociedade saudável e próspera. Além de fornecer conhecimento e habilidades aos estudantes, ela também desempenha um papel crucial no desenvolvimento econômico de um país.

Os investimentos em educação podem trazer benefícios de longo prazo, impulsionando a economia, mitigando a pobreza e promovendo o bem-estar geral da população.

Apenas para exemplificar citaremos a Coréia do Sul, tida como detentora de uma educação considerada entre as melhores do mundo e possuidora de uma das forças de trabalho com maior escolaridade. Neste país, existe uma verdadeira obsessão com a educação, que passou a ser chamada de “febre da educação”.

A Coréia do Sul, parte da antiga Coréia dividida após a 2ª Guerra Mundial, país de origem pobre, conseguiu transformar-se num dos tigres asiáticos considerada um milagre econômico mundial por ser uma das grandes histórias de superação e rápida ascensão passando de um país subdesenvolvido para um país desenvolvido, participando, atualmente, inclusive da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico-OCDE, organização essa que o Brasil pretende ingressar.

Aqui, infelizmente, a educação não tem sido considerada prioridade pelos diferentes governos, assim como a profissão de professor. Conforme apontam pesquisas educacionais idôneas, a profissão de professor não é mais atrativa para os jovens, principalmente para os estudantes mais brilhantes, uma vez que a remuneração é baixa se comparada com outras profissões que exigem o mesmo nível de escolaridade.

Ainda, não há reconhecimento por parte da sociedade e do poder público, falta de interesse de uma boa parte do alunado, acrescida das condições precárias de trabalho, incluindo-se a falta de segurança nas escolas onde, lamentavelmente, é de conhecimento de todos, uma professora foi assassinada pelas costas por um aluno adolescente em plena sala de aula da “Escola Estadual Thomazia Montoro”, em Suzano SP.

Nas escolas estaduais paulistas, acresce-se a esses desafios os problemas de ordem de saúde mental, enfrentado pelos nossos professores decorrentes das pressões da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo-SEDUC, acarretando altos índices de ansiedade e depressão entre os profissionais da educação.

Se tudo isso não bastasse, o piso salarial nacional dos professores da rede pública não vem sendo pago corretamente pelo governo do Estado de São Paulo, sendo que este se vale do chamado abono complementar para atingir o piso, sem qualquer repercussão na carreira docente.

Diante desse quadro assustador poderemos ter num futuro não muito distante, um verdadeiro apagão na educação por falta de professores.

O que tem mantido o idealismo do magistério é acreditar que educar é sempre um gesto de generosidade e de esperança: generosidade porque o professor compartilha um patrimônio cultural que não lhe pertence apenas, mas que pertence à humanidade; esperança porque cada lição ensinada poderá se transformar num projeto de futuro com a confiança de que a sabedoria cultivada hoje florescerá em transformações sociais amanhã.

Concluindo, como dizia o eminente educador e Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire:

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.

O Centro do Professorado Paulista (CPP) entidade representativa dos profissionais do magistério, ativos e aposentados do Estado de São Paulo e seus municípios, tem como missão garantir os direitos dos professores e uma escola pública de qualidade parabeniza-se com todos os colegas pela comemoração da data.

*Sebastião Mário dos Santos é segundo vice-presidente do Centro do Professorado Paulista

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