A capoeira é uma complexa mistura de arte marcial, esporte, cultura popular, música e dança. Criada por pessoas escravizadas de origem africana no Brasil, a capoeira foi uma forma de defesa, disfarçada de dança e ritual para que os senhores de engenho não percebessem que eles estavam treinando para lutar. No auge da escravidão, o Brasil era o país com a maior população escravizada do mundo, e a capoeira se tornou uma ferramenta essencial de resistência. Ela era usada para autodefesa, para fugir e para se proteger de ataques.

Por essa razão, depois da abolição da escravidão, a capoeira foi vista como um ato de rebeldia e foi proibida, e quem era pego a praticando podia ser preso ou punido. A prática da capoeira passou a ser um crime, pela lei “Sampaio Ferraz”, de 1890. Foi somente no século XX que a capoeira começou a ser vista de outra forma, e sua história mudou drasticamente.

Mestre Bimba, uma figura lendária da capoeira, foi fundamental para isso. Ele desenvolveu um método de ensino e em 1937, fundou a primeira academia de capoeira legalizada, o Centro de Cultura Física e Capoeira Regional. Mestre Bimba, excelente capoeirista e grande educador, foi o responsável por tirar a capoeira da marginalidade ( https://fundacaomestrebimba.org.br ).

Em 1940, o então presidente Getúlio Vargas revogou a proibição. Anos mais tarde, a capoeira conquistou o mundo, sendo reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade em 2014, um marco que celebrou a sua história e importância cultural. A capoeira é também reconhecida como um patrimônio cultural imaterial brasileiro, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão vinculado ao Ministério da Cultura. Hoje em dia, estima-se que cerca de 6 milhões de pessoas pratiquem capoeira no Brasil, segundo o jornal O Globo.

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